Sexualidade na Adolescência

Sexualidade na Adolescência

Olá, mamães e papais!

Hoje o texto será direcionado para aqueles que possuem os filhos no período da adolescência. Precisamos entender primeiramente, qual fase é essa e quais são suas características: A adolescência é um período que compreende indivíduos entre 10 e 19 anos de idade (OMS), e é
caracterizada por profundas transformações físicas e psicossociais, pelo despertar da sexualidade e separação simbólica dos pais.

Os sentimentos de invulnerabilidade, pensamento mágico e atitudes contestadoras são algumas das características que dificultam a utilização efetiva de métodos anticonceptivos, especialmente dos preservativos, fato que se contrapõe às recomendações sobre as práticas sexuais protegidas.

A literatura especializada aponta uma lacuna entre o conhecimento sobre os riscos das práticas sexuais desprotegidas e o comportamento dos jovens que, mesmo sabendo das possíveis consequências, continuam a se expor.

Trago para vocês a terceira edição da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE, realizada em 2015 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, em parceria com o Ministério da Saúde e apoio do Ministério da Educação, para mostrar os seguintes dados em relação à
Saúde sexual e reprodutiva:

1) Iniciação sexual: 27,5% dos escolares brasileiros do 9º ano do ensino fundamental já tiveram relação sexual alguma vez. Dentre esses, 36,0% eram do gênero masculino, enquanto no gênero feminino esse percentual foi de 19,5%.

2) Uso de preservativo: dentre os 27,5% de escolares que tiveram relação sexual alguma vez na vida, 61,2% afirmaram ter usado preservativo na primeira relação. Nos escolares do sexo masculino, esse percentual foi de 56,8% e entre os do sexo feminino, 68,7%. Quanto à última relação sexual, 66,2% dos escolares sexualmente ativos responderam ter feito uso de
preservativo.

3) Acesso a informações sobre sexualidade na escola: 87,3% dos escolares do 9º ano do ensino fundamental receberam conhecimentos sobre infecções sexualmente transmissíveis (IST) e AIDS, sendo pouco mais frequente entre as meninas (88,4%) que entre meninos (86,2%).

As infecções sexualmente transmissíveis (IST) são causadas por vírus, bactérias ou outros microrganismos, transmitidos principalmente por contato sexual (vaginal, anal e/ou oral) sem o uso de preservativo masculino ou feminino, com uma pessoa que esteja infectada.

A transmissão pode acontecer também de mãe para filho durante a gestação, o parto ou a amamentação (transmissão vertical), e pela utilização de seringas, agulhas ou outro material pérfuro cortante partilhado.

As IST são consideradas como um dos problemas de saúde pública mais comuns em todo o mundo. Os infectados são mais vulneráveis à associação de mais de uma IST e existe relação com o aumento da mortalidade materna e infantil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima em mais de 1 milhão de casos novos de IST por dia no mundo. Ao ano, ocorrem cerca de 357 milhões de novas infecções, entre clamídia, gonorreia, sífilis e tricomoníase.

A presença de uma IST, como sífilis ou gonorreia, aumenta consideravelmente o risco de se adquirir ou transmitir a infecção por Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Em especial, a sífilis na gestação leva a mais de 300 mil mortes fetais e neonatais por ano no mundo, e coloca um
adicional de 215 mil crianças com maior risco de morte prematura.

Por isso, informação é essencial. Você conversa com seu filho sobre essa temática? É importante lembrar que o fato de conversar e debater esse tema não é uma forma de incentivar a sexualidade precoce e sim, informar e proteger o próprio adolescente.

Um beijo, Dra Beatriz Romão Amatto – CRM 181.573 / RQE 82.740 – Médica Pediatra / Instagram@drabeatrizamatto
Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria