Meu filho bate a cabeça na parede

Meu filho bate a cabeça na parede

Olá, mamães e papais! Vocês devem conhecer pelo menos 1 família que passa por essa situação inusitada que preocupa (e muito) os cuidadores.

Não é infrequente nos atendimentos de puericultura a queixa de que a criança está batendo a cabeça na parede, no chão, ou até mesmo no próprio berço.

Têm-se uma estimativa de que cerca de 20% das crianças adquirem esse hábito, geralmente a partir de 9 meses de vida até os 3 anos de idade, porém podemos ter exceções, com crianças menores e maiores do que o
esperado.

Os principais motivos

Precisamos então entender o que leva uma criança a tomar tal atitude. E são vários motivos que levam os pequenos a terem tal ato. Separei abaixo os 5 principais, que são:

  • Necessidade de relaxar (por mais estranho que isso possa parecer, as crianças batem a cabeça de forma ritmada quando acordam ou estão tentando dormir);
  • Alívio para uma dor (esse item também pode soar estranho, mas realmente pode ocorrer);
  • Frustração (sim, bebês e crianças podem se frustrar!). Expectativas não atingidas geram um quadro de ansiedade e estresse tóxico, e esses sentimentos acabam sendo extravasados desta forma;
  • Necessidade de atenção. São inúmeros os fatores que podem estar associados. Esse ato de bater a cabeça nos locais ocorre muito após o nascimento de um irmãozinho, ou quando os pais apesar de presentes no mesmo ambiente prestam atenção no celular e esquecem do brincar com as crianças;
  • Alterações no desenvolvimento neuropsicomotor (aqui entram os distúrbios de comportamento , dificuldade de relacionamento com outras crianças, atraso do desenvolvimento, transtorno do espectro autista, por exemplo). Não é patognomônico, mas são diagnósticos diferenciais importantes.

E o que devemos fazer?

E apesar de preocupar (e muito) os pais, devemos acolher as crianças em todas as situações citadas acima. Algumas dicas que valem ouro também estão citadas abaixo.

  • No momento da ação, a segurança da criança deve ser primordial. Proteja seu filho para que ele não se machuque;
  • Tenha e realize a rotina/ higiene do sono. As crianças precisam de um horário certo para dormir, acordar, tirar as sonecas… Uma mudança nestas ações pode gerar ansiedade extrema na criança, podendo desencadear os episódios;
  • Utilize a “terapia do abraço”. No momento da crise, abrace a criança e explique que ela não deve fazer isso mais pois poderá se machucar, independente da idade da criança;
  • Não brigue, não levante a voz. Acolha. O estresse na abordagem pode causar efeito reverso, deixando a criança ainda mais nervosa, propiciando a manutenção do ato;
  • O MAIS IMPORTANTE: DÊ ATENÇÃO PARA ESTA CRIANÇA. Evite ficar utilizando celular quando estiver junto com a criança, dedique-se um tempo para estimulá-la, forneça afeto e carinho;
  • Não deixe de comentar esse hábito com o pediatra. Na consulta outros aspectos (como psicológicos e desenvolvimento neuronal) serão avaliados como um todo.

Após essa avaliação, pode ser necessário encaminhamento para algum
especialista, como por exemplo psicólogo e neurologista para que diagnósticos específicos possam ser realizados.

E você, já passou por isso ou tem alguma família que precisa de ajuda?Mande esse post!

Um beijo, Dra Beatriz Romão Amatto – CRM 181.573/ RQE 82.740 – Médica Pediatra – Instagram @drabeatrizamatto