Será que o meu bebê vai gostar do que eu não como?

Será que o meu bebê vai gostar do que eu não como?

“Eu não gosto de beterraba, não como e nem sei preparar. Meu marido também não. É possível meu bebê gostar e comer, ou ele necessariamente será como nós?”

Sim, podemos nascer mais predispostos a determinados traços de paladar. Mas sobretudo o ambiente alimentar familiar nos fortalece muito os hábitos e escolhas futuras.

É inevitável comprar e preparar MENOS aquilo que não gostamos, certo? Como uma criança pode gostar (ou aprender a gostar) de ingredientes que os pais não comem, não compram, nem tem o hábito de preparar

O exemplo visual é mais poderoso do que o motivacional (o pedir pra comer), ver, participar, é o que constrói o hábito. E além da fortíssima influência do ambiente, incide ainda a influência quimiosensorial, os sabores que a mulher traz para a sua dieta durante a gestação são também experimentados pelo bebê através dos flavores no líquido amniótico.

Esses flavores transmitidos intrautero – e posteriormente também através do aleitamento (caso aconteça) – são “registrados” na ‘memória gustativa’ do feto, que posteriormente podem ser mais facilmente reconhecidos durante a fase da introdução alimentar.

Não reconhecer esse tipo de memória nos fetos é negar que o bebê reconheça, por exemplo, sua voz, ou o seu cheiro… Por isso, é tão importante manter um consumo variado de alimentos saudáveis! Aprender a apreciá-los ao menos em algumas das suas tantas maneiras de serem preparados!

Não somente para a ampla oferta nutricional, mas sobretudo para influenciar positivamente no paladar do seu filho, que provavelmente terá mais fácil abertura aos sabores que lhe forem recorrentemente oferecidos desde a barriga da mãe.

Texto por Ana Caroline Setti – Nutricionista Materno Infantil – CRN 8-12764
Instagram: @carolsettinutri